Diante da diversidade que é o universo escolar, compreender a escola e sua dinâmica socioespacial é algo extremamente complexo, uma vez que, temos que considerar esse mesmo espaço como composto de sujeitos heterogêneos. O processo de ensino-aprendizagem se configura hoje como um objeto complexo a ser trabalhado e construído na inter-relação entre professor e aluno, por conta da diversidade de sujeitos presentes na escola.

Neste contexto, a geografia que se ensina nas escolas públicas está sendo esvaziada de conteúdo crítico, desde o currículo, à formação de professores e ao livro didático, ampliando as barreiras para a garantia da formação humana dos estudantes, a fim de que possam problematizar, compreender e alterar a realidade a qual estão inseridos. A reversão deste processo, requer esforço de lutas na sociedade e na educação.

Um esforço de transformação requer que a proposta pedagógica escolar não apenas reproduza falas ou conteúdos. É necessário que esta pedagogia esteja articulada e preocupada com os interesses da sociedade, se posicionando contra os interesses hegemônicos.

Assim, é considerando a perspectiva da formação de sujeitos críticos, que a Geografia ensinada nas escolas públicas deve visar a construção do conhecimento geográfico, de forma que estes compreendam a realidade e busquem uma superação da mesma. Para que isso ocorra, faz-se necessário transformar as práticas e as relações, fazendo prevalecer os interesses populares, suas lutas e propósitos, também no campo pedagógico, articulando sociedade e educação, propondo e concretizando práticas e estratégias de ensino que favoreçam o desenvolvimento do pensamento, a criatividade, a iniciativa, a autonomia e o olhar consciente sobre o mundo.