Nesta obra, Aline tenta mostrar a importância da interiorização do ensino superior no Brasil, em especial, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia no campus de Amargosa Bahia, o Centro de Formação de Professores e das cotas raciais, evidenciando que é uma, se não a única oportunidade para estudantes negros, pobres e indígenas que nasceram na zona rural e são oriundos do ensino público, cursar uma universidade. Mostra também que, embora pareça ser “uma trajetória penosa”, é, no momento, o único caminho da reparação social que o governo pode dar aos estudantes menos afortunados, além de provar que com oportunidades, todos podem chegar a um lugar de destaque na sociedade. O livro também evidencia um reconhecimento da negritude tanto no que tange à opção pelas cotas como nos ensinamentos ancestrais que passaram a fazer parte deste novo currículo universitário; neste, se faz questão de evidenciar as desigualdades sociais e injustiças do racismo estrutural que perpassa toda essa sociedade brasileira. Essa obra aponta a capacidade que os cotistas têm de enfrentar problemas de adaptação aos conhecimentos acadêmicos devido a eventual falta de base, pois essa resiliência prova que uma vez dada a oportunidade e o devido apoio, o desenvolvimento e a superação acontecem tornando estes alunos tão capazes quanto qualquer outro. Desta forma Aline descreve o efeito das cotas raciais sobre si própria.

 Prof. Dr. Emanoel Luís Roque Soares

Docente de Filosofia da Educação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia