A história apresenta a nuvenzinha Sophia, que do céu, não suporta ver a solidão de Anthony, menino autista do qual os amiguinhos se afastam pelo comportamento atípico que ele apresenta na Terra. Intrigada, Sophia busca apoio de suas amigas nuvens, e do sábio Emanuel, para ajudar o pequeno Anthony. Para aproximar-se dele, Sophia transforma-se em diferentes objetos com a intenção de motivar o menino a interagir com outras pessoas. Algumas tentativas da esperta nuvenzinha são frustradas por razões que remetem o leitor à realidade da falta de inclusão. A autora faz uso destas dificuldades para expor os desafios da aceitação sofridos por crianças autistas – e suas mães – no seu dia a dia. Os demais personagens têm, todos, um significado especial na narrativa, inclusive, a própria autora, passivamente atuante como “a escritora” com a qual a nuvenzinha interage regularmente, um artifício literário, lúdico, que soma à originalidade da obra.

A Nuvenzinha Sophia é aquele tipo de livro que presenteia o leitor de todas as idades com um pouco de tudo, acrescentando a sensação de ter-se aprendido um pouco mais sobre inclusão e respeito pelas diferenças.

Para quem, assim como eu, lamentar a chegada ao final da fábula, fica a esperança de uma provável sequência. Assim espero.