A popularização da internet e o uso cada vez maior das redes sociais permitiram o acesso rápido a diversos povos e suas respectivas culturas. Tal fato pode ser visto como uma ferramenta interessante para as crianças e adolescentes aumentarem seus repertórios, contudo também apresentou um mercado cultural que sobrepõe, muitas vezes, uma determinada cultura em detrimento de outra, gerando preconceitos e um possível distanciamento das próprias raízes culturais e, por que não, de sua própria identidade, uma vez que a cultura possibilita a identificação com o lugar onde crescemos e vivemos.

Ao entender o patrimônio cultural como riqueza imaterial de uma sociedade que deve ser passada às crianças e adolescentes para que valorizem sua cultura e reflitam sobre a diversidade de manifestações, o livro traz a trajetória de Mazzaropi, apresentando para as futuras gerações suas obras como parte de nossa herança cultural. Dessa maneira, traz não somente a sua personagem mais icônica, “o caipira”, como também, seus filmes. A biografia de Amácio Mazzaropi se entrelaça a um enredo em que duas crianças descobrem o tesouro guardado de seu avô e, a partir dessa narrativa, pretende-se desfazer estereótipos do caipira desdentado e ignorante, propondo uma leitura mais aprofundada dessa personagem, intencionando um estudo transversal que leva em conta as variedades linguísticas, o preconceito linguístico, o reconhecimento do espaço geográfico campo x cidade, os elementos culturais próprios de cada região, a curiosidade pela história da cinematografia e instiga a busca por mais tesouros culturais.