É bem verdade que as análises das pautas feministas possuíam e, ainda na atualidade, possuem pretensões de mudanças focadas na modificação da cultura essencialmente machista, misógina e sexista, preconceituosa e heteronormativa, com suas práticas violentas e, por outra face, na conquista de direitos – que não foram doados – conjugada com atos efetivos, que vão muito mais além do que os anúncios legislativos nos planos formais e materiais podem prever, pois seria, no mínimo, ingênuo, acreditarmos que a conquista de determinados direitos modificaria imediatamente a condição de vida das mulheres nas sociedades tal e como foram edificadas. As lutas permanecem constantes, adequando-se aos novos desenhos sociais que se formam e aos diversos desafios que se moldam, especialmente quanto o assunto central são as violências de gênero. Transitaremos, assim, pelas mais diversas formas de violências que nos atingem no intento de demonstrarmos que, sim, as esperanças são feministas, interseccionais e estão presentes em cada mulher que decide tornar-se, em exercício constante, a representatividade de ser mais uma voz por nossas vidas – dignas vidas, livres de violências.