No plano físico, literal, eu nunca mergulhei de cabeça em lugar nenhum. Fui uma criança medrosa. Aquelas peraltices que as crianças fazem na piscina, na praia, na água, eu nunca fui incentivada a fazer. Muito pelo contrário. Eu tinha a informação tácita desde pequena que, o ato de colocar-me em risco fazendo coisas assim, sairia para mim tão caro, mas tão caro, que eu nem me atrevia a fazê-lo.

Na vida, já mergulhei de cabeça em relacionamentos amorosos, oportunidades de emprego, viagens, caronas, encontros casuais com desconhecidos. Essa minha forma arriscada de viver acabou, por fim, me dando a fama de corajosa. Logo eu, a “medrosona” que fica tirando as fotos da galera pulando, fazendo rapel e não se joga junto com todo mundo.

A maternidade solo é um mergulho diferente. É imensidão, é um salto que não acaba no encontro com o mar. É um saltar infinito, um arriscar-se contínuo, que exige uma coragem que vai muito além do que a gente imagina que tem. 

O que você, leitor, irá encontrar aqui são histórias de imersão na maternidade solo. Elas são mais especiais do que outras, de outras mulheres? Não. Mas ela é única e é deste lugar de singularidade que ela é contada. 

É sobre contar como o “combo” psicóloga, empreendedora e mãe solo pode produzir saúde e doença — tudo ao mesmo tempo. 

Contar tudo isso aqui, neste livro, já é, por si só, um super salto. 

De cabeça.