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(E-book) O caso da poção de ódio na Roma imperial

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O caso da poção de ódio, dividido em acusação e defesa, integra as Declamações maiores atribuídas a Quintiliano, escritas entre os séculos II e IV. A controvérsia aborda a disputa entre um homem pobre e uma meretriz, acusada de feitiçaria por fabricar uma poção que substitui o amor pelo ódio.
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    Autores
      Selo
      Detalhes
      Páginas: 47
      Tamanho: 21MB
      Ano de publicação: 2022
      Idioma: Português
      ISBN Digital: 978-65-5399-165-1
      DOI: 10.55371/978-65-5399-165-1
      Descrição

      O caso da poção de ódio apresenta a disputa judicial entre uma meretriz e o seu amante pobre, utilizando como pano de fundo os tribunais romanos da época imperial. No rol de denúncias contra a prostituta, constam a rejeição a uma paixão obsessiva, nutrida pelo seu cliente e acusador, a prática de feitiçaria e a criação de um veneno capaz de incitar o ódio no coração dos homens. Segundo a acusação, a mulher que ocupa o banco dos réus, movida pela perversidade, nega o amor de um homem justo, utiliza-se da magia para fabricar uma substância nociva e ministra-lhe a poção, sem consentimento, causando danos irreversíveis ao espírito do jovem apaixonado. A prostituta, em sua própria defesa, justifica que recorrer à poção representou o seu último subterfúgio para impedir que um amante imprudente se arruinasse, gastando mais do que deveria em lupanares, afastando-se da vida civil e rivalizando com os clientes ricos, o que incorria em prejuízos para o ofício da meretriz. Em última instância, ela alega que “uma mulher inventou a cura para o amor”, objetivo perseguido por poetas elegíacos de renome, como Catulo e Ovídio.

      A obra, datada entre os séculos II e IV, faz parte de uma compilação de exercícios retóricos, escritos provavelmente por discípulos do orador Marco Fábio Quintiliano (século I da era comum). Ainda que uma peça jurídica fictícia, inserida na prática das declamações, o debate contribui para reflexões sobre a educação retórica imperial e sobre a própria tessitura das mentalidades romanas, aberta às disputas de narrativa e possíveis rearranjos.

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